Não é fácil para a maioria dos humanos compreender o propósito das dificuldades que a vida manifesta ao longo de nosso processo evolutivo.
A auto-piedade, o vitimismo ou a revolta são justificáveis e justas, mas não asseguram nenhuma forma de satisfação ou de solução para nossas questões mais profundas. O problema é que ficamos paralisados, vítimas das circunstâncias, esperando socorro externo.
Em geral a situação se afunila paulatinamente e de tal forma que num dado momento já não temos mais nenhuma opção senão sucumbir a nossa dor, combalidos e derrotados, abandonados a nossa própria sorte. Motivos não nos faltam para sofrer. Para alguns mais, para outros menos, mas todos teremos motivos suficientes para sucumbir a própria dor, se assim o crermos.
O que fazer então? Me pergunto, procurando vozes provindas de uma consciência, que, por sua altura, enxergue muito além. O que fazer para obter um êxito definitivo, uma vez que resolva me despir de velhos padrões e queixas putrefatas? Será que os dejetos decompostos do passado poderão servir de adubo para algo efetivamente novo? Ou vou manter minha identificação com os vermes que soçobram nesta lama? Que outro solo poderia ser mais fecundo para o florescimento da Semente Divina de Luz do que este charco sombrio e nauseante?
Conhecemos o simbolismo da flor de lótus, que é apenas “belo” antes de vivenciarmos na pele, em nossa carne tal símbolo, e muitos outros símbolos nos inspiram como o da lagarta-crisálida-borboleta, mas como assegurar um desabrochar pleno, confiante e sem retrocessos?
Caminhamos tateando no escuro, sem certezas ou convicções, mas a única voz que merece crédito, de todas as que tagarelam, vociferam e gritam em nossa mente, a única que merece nossa escuta silenciosa, é aquela que ecoa do mais profundo de nosso coração, entoando cânticos que nos convidam ao despojamento, a despir o passado.
Confiantes e nus, livres de expectativas e desejos, totalmente entregues ao cumprimento do Plano Divino e a manifestação da Luz Divina em nós.
Livres e confiantes, sem expectativas e desejos.
A isto chamam de Fé!