Um dia nasceu,
Viveu como pode.
Aos poucos cresceu,
Cresceu devagar,
E embora doesse
Não pode chorar.
Talvez não devesse!
Sorria e cantava
(Por dentro chorava)
E todos achavam
Que nunca parava.
De noite sozinha,
Nas noites escuras,
Brincava com lágrimas,
Meditava loucuras.
Sabendo sentir
O que não sabia pensar,
Escrevia de noite
Pro mundo acordar.
E todas as dores,
E todos os rancores,
E todas as mágoas,
E as injustiças,
Apenas chegavam
E lá se instalavam,
Até que dos olhos
Um brilho escorria.
Tentando mudar
Um mundo doente,
É que despertou
Pra querer virar gente.
Sonhou com amores,
Paraísos e cores.
Por isso lutando,
Decepcionou-se,
E se foi tornando
Cada vez mais forte
E também mais sensível.
Abriu-se para o mundo
E com ele oscilava.
Sorria, chorava.
Deu tudo de si
Pro mundo em geral.
Mas sempre pra alguém
Em especial.
Por horas lembrava da humanidade,
Por outras, se queixava da própria verdade.
E sempre tentando,
Apesar dos fracassos,
Passou se encontrando,
Em meio a pedaços.
Queria conhecer
Os segredos da alma,
Do espírito, da mente,
Mas tudo com calma.
Também procurou
Encontrar a alguém,
Que a entendesse
E quisesse bem.
Notou, no entanto,
Que era impossível:
“Nem toda faceta
É accessível”.
Passou provações
Um tanto difíceis.
Pensou em cair
E não mais levantar,
Em ir para o hospício
E por lá ficar.
Notou que as pessoas
Não podiam entender
A intensidade
De todo seu Ser.
Porém procurou amá-las assim,
Mas muitas as vezes
Ouviu-se um “fim”.
Agora sabendo
Não ser conhecida,
Procura entender,
Como é entendida.
Mas às vezes estão
Tão longe da Verdade,
Que acham que tudo
O que faz é maldade.
Procurando esquecer
O que estão pensando,
Prossegue amando;
Por fora sorrindo,
Por dentro chorando,
E um todo sonhando
Em amar alguém
E ser amada.
Em amar a todos
E ser respeitada.
Correndo e pulando
Causou sorrisos,
Falando o pensar,
Fez gente chorar.
Já foi venerada
E também odiada,
Chamada de bruxa,
Chamada de fada.
Mas nunca ouviu
Ninguém que soubesse
De toda verdade
Que nela coubesse.
E assim prosseguiu,
Sem muito entender,
Procurando com a vida
O melhor fazer.
Chegou a pedaços
Em que não sabia mais
Se andava para frente
Ou andava para traz.
Tentou estudar,
Detestando o dever
E até trabalhar,
Mas não só para ter.
Por hora termina
Esta longa estória,
Ainda infinda
Porque vigora.
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